ARTIGO DE OPINIÃO

Torcidas de reality shows não são a maioria do público brasileiro, mas sim, de um determinado nicho. 

Power Couple 5 demonstra essa obviedade com o casal Fênix (torcida adulta) e o casal Kids (torcida de jovens, adolescentes e crianças). 

Entenda também o que é o poder persuasivo e manipulador da Indústria Cultural.

 

Por

Fhran Miranda

Jornalista/Radialista

Novo IG Segue lá: @fhranmirandashow

 

Foi-se o tempo em que ganhava reality show era quem o país inteiro escolhia. Agora a realidade é bem diferente. Não são mais o grande público os detentores dos resultados e sim um determinado nicho. Ou seja, vence o participante do reality, que mais tiver grupos seletos, dois quais, tenham expertise com a internet e seus afins. Quem participa de votações de reality show talvez desconheça essa realidade. 

Mariana e Matheus, o casal kids, já veio preparado para o Power Couple5. Com uma equipe treinada e atuante com as novas mídias sociais, ficou fácil votar, com toda uma tecnologia fraudulenta disponível. Estamos falando de provedores, aplicativos, contadores e programas robotizados, que fazem todo o trabalho duro (e sujo) durante as votações. Os principais rivais de Mariana e Matheus no programa eram na verdade Mirella e Dinho. Isso porque a assessoria digital da dupla de desconhecidos, temiam ser eliminados do programa justamente por Mirella, ter mais de 22 milhões de seguidores no Instagram. Lembram da terceira DR entre os casais Nina e Filipe, Mirella e Dinho, Deborah e Bruno?

Quem saíram?  Não foi apenas a torcida que votou no casal fênix. Mas, sim a assessoria de Mariana e Matheus justamente por essa rixa midiática entre Mirella e Dinho serem os bam bam bans da internet. A inveja, o despeito e a ganância do casal pombo sempre foram para Mirella e Dinho terem os seus milhões de fãs. Queriam e querem ser iguais a eles. Imitam o estilo musical, as tatuagens e piercings pelo corpo todo, e é claro querem os seus milhões de seguidores, visualizações e comentários também. Ficou meio óbvio agora com essa lógica, não acham?! Assim que Mirella e Dinho saíram do programa, o caminho ficou livre para Mariana e Matheus agirem estrategicamente (instruídos por sua assessoria), atacarem um casal. Adivinha quem eles escolheram? 

Portanto, o casal kids possui uma assessoria digital, que sabe o que faz do modo mais sujo e fraudulento. Não é à toa que Mariana e Matheus conseguiram também, milhões de seguidores comprados nas principais plataformas digitais (Facebook, Instagram, Twuitter, YouTube). Para cada foto ou vídeo publicado pelo casal uma enxurrada de likes, curtidas e comentários surgem em poucos minutos. São milhões de visualizações alcançadas por sua assessoria fraudulenta. Não pelo fato de serem queridos, talentosos, quiçá famosos. Porque isso definitivamente eles não são! O casal, vulgo pombo, surgiu de uma linhagem de falsos artistas. Criados a partir do poder da INDÚSTRIA CULTURAL que existe há décadas. 

O conceito de indústria cultural foi desenvolvido pelos sociólogos alemães Theodor Adorno e Max Horkheimer no final do século XIX e início do século XX. Se refere à ideia de produção em massa, comum nas fábricas e indústrias, que passou a ser adaptada à produção artística. É uma nova concepção de se fazer arte e cultura, utilizando-se técnicas do sistema capitalista. 

Dessa maneira, músicas, filmes, espetáculos e outras obras, são desenvolvidos sob a lógica de produção em massa. Há um pensamento dominante que passa a influenciar o modo como os artistas produzem e como os telespectadores consomem a cultura. Nesse conceito, um quadro ou uma música são reproduzidos de forma padronizada, mesmo que possuam cores e estilos diferentes. 

Segundo os autores, o objetivo da indústria cultural é o lucro e manutenção do pensamento dominante. Ou seja, artistas, cantores, atores, etc., sem talento algum passam a manobrar de forma persuasiva, desonesta e fraudulenta boa parte da população, que precisa ser mantida presa na ideologia dominante. Em sua grande maioria essas pessoas possuem pouca, ou nenhuma escolaridade. Não possuem senso crítico, personalidade construída, ou formação de valores e caráter. Muitas são jovens adultos, adolescentes e crianças pois são fáceis de serem manipuladas e persuadidas pelo poder corrompido e corrosivo da indústria cultural.

Outro fator preponderante, está na faixa etária desse público aficionado pelo casal kids: crianças, adolescentes e jovens adultos viciados em internet. A chamada geração Y, Z e Apha.

 

Também conhecida como geração do milênio, geração da internet, ou milênicos. É um conceito em Sociologia que se refere à corte dos nascidos após o início da década de 1980 até 2010. Essa geração desenvolveu-se numa época de grandes avanços tecnológicos e prosperidade econômica, e facilidade material, e efetivamente, em ambiente altamente urbanizado, imediatamente após a instauração do domínio da virtualidade como sistema de interação social e midiática, e em parte, no nível das relações de trabalho. A geração Y, Z e Alpha foi desta forma superexposta a novo nível de informação, afastada dos trabalhos braçais e sobrecarregada de "prêmios" e facilidades materiais em troca de pouco ou nenhum esforço físico. 

Em parte este processo ocorreu devido a uma aparente compensação a partir dos pais, originários da geração X, possivelmente tentando compensar a lacuna material pelo qual podem ter passado, se comparadas às prosperidades econômicas da geração X com a da Y, Z e Alpha. Ao mesmo tempo, possivelmente tentando viver um nível de materialismo econômico através de seus filhos e netos. A geração do milênio tem a expectativa de ter informação e entretenimento disponíveis em qualquer lugar e em qualquer altura. Alch (2000),  afirma mesmo que eles têm que sentir que controlam o ambiente em que estão inseridos. Têm que obter informação de forma fácil e rápida e têm que estar aptos a ter vidas menos estruturadas. 

E, é essa geração da internet, que infelizmente ainda, não possuem formação de valores e caráter, que votam em participantes inescrupulosos, mau caráteres, mentirosos, arrogantes e presunçosos. O errado acaba sendo o certo no julgamento. Gritar, falar mal, fofocar, ofender, ridicularizar, difamar, hostilizar é normal e legal na visão dessa tribo. É divertido ver a Mariana brigar, porque ela não gostou da personalidade da Deborah, por exemplo. É engraçado ver o Matheus mandar o médico Dr.Bruno tomar naquele lugar. É hilário compactuar com todas as práticas de mau-caratismo da dupla kids. Isso, porque eles se identificam e acham o maior barato. Usando a mesma linguagem dos jovens hoje em dia. Lamentável essa geração milênicos.

Portanto, duas teorias são aplicadas caso Mariana e Matheus ganhem o programa. A primeira é por conta da assessoria digital e toda uma estrutura tecnológica por detrás. E a segunda é o nicho da geração Y, Z e Alpha (crianças e adolescentes).

Não trabalham, talvez não estudem mais e a disponibilidade do tempo é livre. Muitos passam 24 horas votando com aplicativos facilitadores. Se o casal pombo ganhar não é pelo gosto popular. Não é porque a maioria do povo brasileiro votou. Não é porque são amados por quem são e sua história de vida. NÃO MESMO! Se ganharem será pela assessoria fraudulenta e pelos kids anencéfalos/milênicos que votam de maneira desonesta. Saibam que isso NÃO REPRESENTA O BRASIL! 

Uma coisa fique claro para você estimado (a) leitor (a). O casal kids não tem o apreço do grande público. Não é uma mãe ou um pai trabalhador de uma família estruturada, que vota num casal assim. Tampouco universitários bons estudantes, pessoas cristãs e/ou religiosas, concursados, enfim, nenhum público de classe A, B. ou C vota em pessoas assim. Eles fizeram suas escolhas. A vida é feita de escolhas. Matheus por exemplo, escolheu falar em gírias como um bandido encarcerado: “Bagulho, maluco, véi, parça, sinistro, tah ligado, cagoetar, mano, caralho, porra, etc.”. Suas músicas também são suas escolhas. E muitas delas fazem apologias às drogas e a um palavreado chulo e com xingamentos: “Fico puto com a novinha... Que só curte Zé Droguinha... Tô querendo essa novinha... E pra eu não perder ela... Eu vou virar um Zé Droguinha”. Segue uma boa notícia para as pessoas responsáveis por essa categoria de lixo musical:

O Projeto de Lei 5194/19 torna crime a utilização de música para estimular o uso e o tráfico de drogas, a pornografia, a pedofilia ou o estupro, ofensas à imagem da mulher e o ódio à polícia. O texto equipara esse tipo de conduta à apologia de crime ou criminoso e prevê punição com pena de detenção de três meses a seis meses, ou multa. A proposta altera o Código Penal.

Autor do projeto, o deputado Charlles Evangelista (PSL-MG) argumenta que há “um grande desrespeito à moral pública, causado quando há a reprodução de canções que contenham expressões pejorativas ou ofensivas em ambientes públicos”.

“Nossas crianças e adolescentes, com certeza, são vítimas dessa apelação musical de cultura de massa. Eles vão formando em sua postura social a concepção de que fazer o que diz nas letras de canções da moda, é normal e bonito, porque quem não segue o que está no auge é taxado de desatualizado”, disse.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Todas essas escolhas são conscientes. E não é porque ele veio de uma favela, que ele tem falar como um marginal e compor músicas com apologias às drogas. Não tem que levantar uma bandeira de ser pobre, que veio da favela e por isso fala e age com um delinquente juvenil. São coisas opostas. Já expliquei aqui em meus textos, que pobreza é diferente de humildade. Há pobres soberbos, como há ricos humildes. Humildade é uma virtude de caráter. Não uma condição material. Humildade significa viver na verdade, aceitando que não somos perfeitos. Muitas pessoas pensam que são humildes, quando, na realidade, estão constantemente reclamando e falando sobre quão desafortunadas são, concentrando-se inteiramente em si mesmas, o que é uma forma oculta de orgulho.

Já dizia também Magno Constantino jornalista, escritor, imperador romano (272 - 337 d.C.): "Quem se intitula humilde deixa a humildade para banhar-se no orgulho e vestir-se de vaidade".

Assim como há pessoas que vem de uma favela que também possuem suas escolhas. Escolhas de uma vida melhor. Escolhas em não ir pelas drogas ou armas. Escolhas de falar bem e até outro idioma. Escolhas de estudar e ser alguém melhor na vida. Escolhas de ser exemplo a outrem. E por falar em exemplo, que exemplo Matheus dá aos jovens que o idolatram? De falar como um bandido? De ter o corpo todo tatuado com piercings? De cantar músicas com induzimento às drogas e o famoso “proibidão” com letras imorais, xingamentos, degradação e depravação à mulher como se ela fosse uma prostituta? Grito: É ESSE EXEMPLO QUE MERECE GANHAR UM REALITY SHOW BRASIL???

Mariana e Matheus por ser geração Y, também não possuem maturidade o suficiente para a formação de caráter de ambos. Não é porque tiveram uma filha, que já são maduros. Filhos não dão maturidade. Esta leva tempo e precisa de muita humildade para assumir os erros, corrigi-los e não mais cometê-los.  

O casal Fênix, por sua vez, é sim merecedor de ganhar o programa. Seja por toda sua história de vida, seja durante todo o programa. Apostas altas foram a marca do casal, pois acreditavam um no outro. Além de terem sido o casal que mais ganhou as provas. Iam para o campo de provas como se fossem para uma guerra. E, é isso que nós, o público, gostamos de ver. Torcemos para que o casal vencedor seja quem deu a vida no programa. Quem foi com garra, determinação, e sangue nos olhos em cada prova do Power Couple 5. Sem dúvida alguma esse casal foi Deborah e Bruno, o casal Fênix.

Ambos caíram no gosto popular por serem autênticos e verdadeiros. O Brasil amou o casal Fênix por serem autênticos. Bruno teria tudo para ser arrogante e prepotente por sua posição social. A medicina é tida por muitos como uma profissão glamorosa e de alto poder aquisitivo. O que faz com que muitos profissionais se percam na carreira e ganhem essa fama da autossuficiência. Porém, o Doc provou por A mais B, que um médico pode ser sim humilde, simples e educado. 

Já Deborah é a eterna adolescente que não quer crescer. Assim como a sua terapeuta que a diagnosticou com a síndrome de Peter Pan.

Ou seja, a maioria desse grupo sabe que age diferente do padrão, mas se recusa a crescer. Possuem muito medo de serem rejeitadas pela sociedade e, principalmente, de serem julgadas. Muito a Deborah, não?! Mas ela não tem culpa de ser assim. Como ela mesma dizia durante o programa, que teve que trabalhar cedo e teve que pular a adolescência. Nos identificamos, não é mesmo?! Quantos de nós também tivemos que sair de casa cedo para trabalhar? Muitas de nós mulheres, temos essa criança grande guardada no coração. Mas muitas mutilam sua personalidade por vergonha, pois são duramente taxadas de imaturas por uma sociedade séria e juíza demais. 

O casal fênix merece ser vencedor do Power Couple 5 por várias características. Garra luta, humildade e determinação são algumas das virtudes do casal. Ambos somaram as maiores vitórias das atividades no programa. E juntamente com o público, merecem sim, a vitória do reality show Power Couple5. 

O nicho de torcedores do casal Fênix é o contrário do nicho do casal kids. Somos adultos, somos mães e pais maduros, somos famílias estruturadas, somos verdadeiros cristãos, somos trabalhadores honestos, somos guerreiros que levantam cedo para por comida na mesa, somos estudantes, somos universitários, somos milhões de brasileiros e brasileiras, que sabem votar pelo o que é um verdadeiro exemplo a ser seguido. Nos identificamos com o que é belo, justo, humilde, sábio, guerreiro e forte e que representa só o amor. SOMOS TODOS CASAL FÊNIX! 

Por

Fhran Miranda

Jornalista/Radialista

www.fhranjornalista.blogspot.com

Instagram: @fhranmirandashow

 

 

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REFERÊNCIAS

Portal Wikipédia. A enciclopédia livre. Geração Y, Z e Alpha. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Gera%C3%A7%C3%A3o_Y>. Acesso em: 21 de julho de 2021. 

Portal Sinônimos. Dicionário de sinônimos online. Disponível em: <https://www.sinonimos.com.br/nicho/>. Acesso em: 21 de julho de 2021.

Portal Aleteia. A diferença entre a verdadeira e a falsa humildade. Disponível em: <https://pt.aleteia.org/2019/02/14/a-diferenca-entre-a-verdadeira-e-a-falsa-humildade/>. Acesso em: 21 de julho de 2021.

Portal Educa + Brasil. O que é a Indústria Cultural? Disponível em: <https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/dicas/o-que-e-industria-cultural>. Acesso em: 22 de julho de 2021.

 

Portal Telavita. A Síndrome de Peter Pan e o medo de crescer. Disponível em: <https://www.telavita.com.br/blog/sindrome-de-peter-pan/>. Acesso em: 22 de julho de 2021.

IMAGENS: Reprodução/Internet.

IMAGENS: Reprodução/Record TV/PlayPlus.

 

Gratidão. 

Atenciosamente, 

Fhran Miranda

 

Jornalista Blogueira, radialista, redatora, editora de texto, assessora de imprensa/política, MC-Mestre de Cerimônia Bilíngue, repórter, produtora, locutora, apresentadora de programas de Rádio e TV, documentarista, cineasta, atriz de dublagem, cantora, entre outros.

 

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